Certificação de país livre de paludismo, pela OMS, atribuído a Cabo Verde

Já Não Há Casos de Malária em Cabo Verde – Um Exemplo a Seguir

Cabo Verde traça um percurso inovador ao tornar-se a terceira nação africana livre de malária.

Num feito inédito no campo da saúde pública, a nação insular de Cabo Verde tornou-se o terceiro país africano a ser oficialmente reconhecido como livre de malária pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desta forma, o arquipélago reforça a sua reputação como um país seguro para visitar.

Esta estrondosa conquista não foi fácil para Cabo Verde, que luta contra epidemias recorrentes de malária desde antes da década de 1950. O sucesso do país revela um futuro repleto de esperança e livre de malária, tanto ao nível regional como global.

Índice

Principais temas deste artigo:

  • A Organização Mundial de Saúde (OMS) certificou Cabo Verde como país livre de Malária. Tal torna o arquipélago no 3.º a receber esta distinção no continente africano.
  • Desde 2007, o planeamento estratégico centrou-se em diagnóstico, tratamento e investigação de casos. Tudo isto ajudou Cabo Verde a atingir a meta de três anos consecutivos com zero casos indígenas de paludismo no ano de 2017.
  • Ao afirmar-se como exemplo à escala planetária, Cabo Verde apresenta-se como um ator essencial na luta contra a malária, uma doença mortífera.

Malária – O que precisas de saber

Tudo o que precisas de saber sobre o paludismo no mundo e o aumento galopante em vários países.

A malária, também intitulada paludismo, é uma doença infeciosa endémica, potencialmente fatal. Resulta da picada de mosquitos e tem um impacto considerável em muitas regiões tropicais e subtropicais à escala global.

Os sintomas surgem no prazo de 7 a 30 dias após a picada e incluem febres altas, calafrios e fadiga. Em caso de não tratamento, o quadro clínico pode progredir para anemia severa, falência de órgãos e malária cerebral. As crianças e as mulheres grávidas sofrem maior risco de complicações severas.

Sobre os países do continente africano recaí o peso da esmagadora maioria dos casos de paludismo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em África foram registados 90% dos 240 milhões de casos e 600.000 mortes à escala global. Isto apenas no ano de 2020.

Os fatores que potenciam a transmissão da malária em países africanos incluem: o clima ideal para a proliferação dos mosquitos, sistemas de saúde pública sobrecarregados e falta de recursos, e ainda barreiras ao acesso a instrumentos de prevenção e a tratamentos que salvam vidas.

O sucesso de Cabo Verde na luta contra a doença e na sua eliminação demonstra a capacidade do país para enfrentar e superar estes desafios. Tal estende-se à luta contra outras doenças transmitidas por mosquitos como, por exemplo, dengue.

Transmissão de malária em Cabo Verde

A certificação como país livre de paludismo, por parte da OMS, é fulcral para Cabo Verde. Citações do primeiro-ministro.

Cabo Verde tem-se deparado com epidemias recorrentes de malária desde 1950, altura em que todas as ilhas foram consideradas endémicas para a doença. Em meados do século XX, a transmissão no país era intensa em áreas populosas, com epidemias severas regulares a devastarem comunidades que se debatiam já com dificuldades económicas.

Os primeiros progressos foram alcançados via campanhas de pulverização de inseticidas nos anos 60–80, conseguindo-se um breve período de eliminação da doença em duas ocasiões. No entanto, lacunas no controlo e vigilância contínua permitiram o ressurgimento da malária.

Desde o final da década de 1980, a doença concentrou-se essencialmente nas ilhas da Boa Vista em Santiago. Todavia, os riscos de importação para outros territórios mantiveram-se tendo em conta a movimentação frequente de pessoas a partir de África continental.

Mesmo considerando os desafios da dinâmica de transmissão variável, as limitações de recursos e a prevenção da reintrodução, Cabo Verde manteve-se firme ao longo de décadas, aumentando gradualmente as intervenções até progredir no sentido da eliminação da malária em 2017.

Um Marco Histórico

A certificação de Cabo Verde é um marco para o arquipélago e para a comunidade africana.

Para Cabo Verde, esta meta remete-nos para uma jornada de sete décadas que exigiu investimentos metódicos para reforçar a deteção e a capacidade de resposta em todo o país. Tudo isto coexistindo com as abordagens sistemáticas para combater a importação da doença.

Ao conseguir equilibrar com eficácia o reforço do sistema de saúde e as intervenções específicas em cada ilha, Cabo Verde fez com que a malária deixasse de ser um flagelo endémico de saúde pública e cumpriu um sonho: em apenas 10 anos, desde o último caso autóctone, a doença foi eliminada.

O Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS, recentemente defendeu que:

“A certificação da OMS de que Cabo Verde está livre do paludismo é um testemunho do poder do planeamento estratégico da saúde pública, da colaboração e do esforço sustentado para proteger e promover a saúde.”

Alcançar esta meta histórica posiciona Cabo Verde como apenas o terceiro país em África a atingir a eliminação do paludismo, não obstante a limitação de recursos. Tal define um exemplo ambicioso (mas viável) para outras nações que estejam a caminhar para um futuro livre de malária.

Sumário

Apesar desta certificação – livre de malária – ser um grande acontecimento histórico para a saúde pública de Cabo Verde, o trabalho não termina aqui. O ressurgimento de malária acontece frequentemente no prazo de 5 anos após a eliminação e, por isso, o país reconhece a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica para salvaguardar o que já foi alcançado.

A nação compreende também a sua responsabilidade como líder pioneiro que deverá motivar e apoiar outros países africanos endémicos rumo à eliminação do paludismo, aproximando-nos cada vez mais de um mundo livre desta doença.

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